segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Endodontia em Crianças e Adolescentes - Parte 1: A Prevenção


Apesar de toda a evolução da Odontologia, do avanço dos estudos e técnicas de prevenção, da fluoretação da água de abastecimento e da conscientização da importância da manutenção de uma correta higiene bucal, tenho recebido em meu consultório um número expressivo de pacientes de pouca idade com a necessidade de tratamento de canal. Quase na totalidade, tratamentos de canal advindos de lesões de cárie avançadas... Por esse motivo, esta primeira parte tem como objetivo alertar principalmente os pais e responsáveis sobre tópicos que considero fundamentais.
A cárie é uma doença, uma lesão que acomete os dentes de forma silenciosa e invasiva, atravessando o esmalte e a dentina chegando até a polpa. Ela acomete tanto dentes permanentes como dentes de leite, com o agravante que em dentes decíduos (leite) é muito mais agressiva, pois a camada de esmalte e dentina é extremamente menor que a do dente permanente, atingindo a polpa muito mais rápido. É de suma importância a manutenção dos dentes decíduos até a erupção normal dos dentes permanentes. Estes ocupam o espaço enquanto os permanentes estão se formando e o tecido ósseo está em desenvolvimento, para poderem surgir na cavidade bucal no seu devido tempo. Se extraídos precocemente e desnecessariamente, podem provocar má oclusão por apinhamento e mau posicionamento dos dentes permanentes. Por isso a palavra chave chama-se prevenção.
Até o início da fase de puberdade, cabe aos pais o estímulo e a "fiscalização" da escovação das crianças, sua correta dieta e as visitas periódicas ao dentista. Outro ponto importante é que os primeiros molares (dentes de trás) que "nascem" por volta dos 06 anos de idade, ao contrário dos dentes da frente, erupcionam sem cair nenhum outro!! E por acharem que se trata de um dente de leite, os pais não dão a devida atenção, e logo, tais dentes apresentam cárie e passam a correr o risco de tratamento de canal
Observação final: Procure o dentista sempre para uma manutenção de rotina. Não deixe a cárie se aprofundar e procurar o dentista só quando doer. Poderá ser tarde demais. Aí a cárie poderá ter chegado até o canal e além de um tratamento mais invasivo se fazer necessário, haverá maior perda de estrutura dental precocemente.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Humor

Pra relaxar um pouquinho, afinal é sexta-feira!!

Aproveitando a oportunidade em que a clínica Odontovip lança o Dental SPA, com alcance internacional também em outras línguas, trago de forma bem-humorada alguns termos usados pelos famosos “manezinhos da ilha” - e seus significados - quando em visita aos consultórios médico-odontológicos:

As Cadêra – Os quadris
Beiço – Lábios
Bituração – Restauração dentária
Bocejo de malvi – Bochecho com chá de malva
Cacunda – Ombros
Cair os carrinho – Luxação da articulação Têmporo-mandibular
Canjica – Dentes
Chapa – Radiografia
Dente do cisne – Dente do siso
Distrair – Extrair um dente
Dôri – Dor
Figo – Fígado
Friáge, constipaçã – Gripe
Gingibra – Gengiva
Guspir – Cuspir
Inflamaçã nos echcutadô – Dor de ouvido
Ischtrômbo – Estômago
Lombo – Costas
Perereca – Prótese dentária parcial ou total
Pianço - Dificuldade respiratória
Pontear – Fazer a sutura após uma cirurgia
Presa – Dente canino
Quexal – Dente molar
Ranho, Catarro- Muco abundante nas narinas
Sarar o pisado - Curar uma ferida
Suvaco – Região das axilas
Ta bobo, maluco das idéia – Indivíduo com problemas neurológicos
Zóio – Olhos


Conhece mais algum termo? Basta acrescentar nos comentários...

domingo, 18 de outubro de 2009

Prognóstico em Endodontia

Sempre que se fala em qualquer tipo de tratamento de saúde (principalmente tratamentos estéticos) o primeiro pensamento que vem à cabeça é sobre o resultado. Depois é que, enquanto pacientes, nos preocupamos com os meios e o modus operandi empregados para se obter o resultado almejado. Em tratando-se de Endodontia não se espera nada diferente, em que pese algumas situações iniciais de dor e desconforto dentais diante das quais o paciente só está preocupado em se ver livre da situação emergencial em que se encontra.
Como colocado na sessão “Dúvidas freqüentes em Endodontia” no site http://www.odontovip.com.br/ , basicamente encontramos duas situações distintas que indicam o tratamento de canal: 1) Polpa viva e inflamada (sem pus) e 2) Polpa morta (necrosada), pus e abscesso. Na nossa área, o resultado esperado está relacionado diretamente com a condição patológica em que se encontra o(s) elemento(s) dental(ais) envolvido(s). De modo geral, quanto menos infecção, menos pus, menos bactérias estiverem presentes e atuantes, melhores serão os resultados obtidos. Logo, nos casos de inflamação espera-se evolução mais positiva que nos casos de infecção. E o que se entende por resultado em Endodontia? Como já abordado em posts anteriores, as bactérias que causam as lesões de cárie e que direta ou indiretamente causam inflamação e/ou infecção na polpa dental, acabam por causar também alterações dos tecidos de suporte do dente (que mantem o dente fixo), que são o ligamento periodontal, o cemento e o osso alveolar. Estas alterações, como em qualquer situação de agressão ao organismo (traumas, infecções, agressões químicas, drogas etc), geram um processo inflamatório, que nada mais é que uma resposta de defesa do corpo para identificar o agressor, neutralizá-lo, eliminá-lo e posteriormente reconstruir a área lesionada (cicatrização). E justamente visando esta cicatrização é que a Endodontia promove a remoção das causas desta inflamação/infecção que são bactérias, detritos, restos de polpa, pus, células mortas etc., que se encontram no interior dos canais radiculares de modo a “ajudar” o organismo nesta tarefa. Então, o resultado esperado é a volta à normalidade da região afetada, com possibilidade de manutenção do elemento dental envolvido e a volta às suas funções mastigatórias. O prognóstico dos tratamentos de canal é, na grande maioria das vezes, muito bom, com taxas de sucesso girando na casa de 98% nos casos de inflamação e de 93 % nos casos de pus e abscesso. Finalizando, costumo dizer que em sáude, nem sempre a lógica pode ser aplicada, nem sempre 1+1=2, ou seja, não quer dizer que um caso que parece ruim terá um resultado ruim. Mas alerto sempre os pacientes que, nos casos de sensibilidade em que já se pensa na possibilidade de tratamento de canal, estes não fiquem postergando, adiando. Nestes casos, quanto mais se espera, geralmente pior fica a situação e pior será o prognóstico.

sábado, 12 de setembro de 2009

Não tem preço

Existem momentos especiais que jamais se repetirão... Tive, neste feriadão passado, a felicidade de poder participar de uma etapa importante na vida da minha filha mais velha de seis anos. Pude voltar alguns (muitos) anos atrás e reviver a experiência da queda do primeiro dentinho de leite. Sim, minha primeira “janelinha” surgiu por volta dos meus cinco anos. Precoce como foram muitas etapas posteriores da minha vida. Como um sonho, meu dentinho caiu, com o perdão do trocadilho, comendo um sonho! E neste sete de setembro que passou, ao contrário da facilidade com que foi a minha “extração”, tive que levar minha filhota ao consultório para retirar seu primeiro dente de leite. Houve um misto de medo e ansiedade por parte dela. Medo natural ao desconhecido, já que ela nunca fez nada mais que apenas profilaxias e aplicações de flúor. Ansiedade, porque todos da turminha do colégio já estavam banguelinhas. E ela não queria ficar pra trás! E, pasmem, houve por minha parte um misto de nervosismo e angústia! Após doze anos de formado vivi uma experiência ímpar. Optei por fazer no consultório apenas para maior conforto dela já que o dente estava pedindo para cair, mas, que ainda preso, atrapalhava nas refeições. Apenas aplicamos uma pomada anestésica e removemos o dente com gaze. Apesar da simplicidade do procedimento, passei por momentos de provação. Um aperto no peito... Queria fazer tudo da melhor maneira possível e sem que ela sentisse nada. Até porque teremos mais 19 dentes decíduos a serem trocados pela frente! Mas no final deu tudo certo e ela se achou “linda” ao ver-se no espelho. E felicidade de criança não tem preço! E a cara de tolo do pai também não! Apesar da camisa encharcada de suor...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tratamento de Canal só quando existe dor e sensibilidade?

Hoje vamos falar sobre a necessidade do tratamento de canal em dentes assintomáticos.
Existem situações corriqueiras na minha especialidade que são aquelas em que o paciente já chega com uma grande lesão de cárie , dor, desconforto e o próprio paciente “faz o diagnóstico” e aponta: " - Doutor, preciso fazer tratamento de canal neste dente!" Logicamente que nossa conduta é fazer o exame clínico apropriado e radiografias para podermos ter o diagnóstico correto, planejamento e instituição do tratamento indicado ao caso. Diante desta constatação, muitos pacientes tem a ideia de que tratamento de canal só deve ser feito na presença de dor e\ou desconforto e sensibilidade. Tenho recebido comentários do tipo: “ – Vou ao meu dentista há anos e nunca foi feita uma radiografia!!!” . Posso afirmar que radiografias não são elementos isolados para diagnóstico das patologias (doenças) dentárias e bucais. Mas são sim, associadas ao exame clínico, ferramentas muito úteis para o correto diagnóstico. Através delas, descobrimos por exemplo, lesões de cárie e infiltrações entre os dentes que muitas vezes não podem ser detectadas a olho nu durante o exame clínico. Por este motivo, é praxe da equipe Odontovip solicitar estes exames complementares.

Radiografia Interproximal ou Bite-wing (mais indicada para ver cáries e infiltrações entre os dentes). Nesta imagem percebe-se infiltração de cárie (seta) sob a restauração (R), relativamente distante da polpa (P) e totalmente assintomática. Clinicamente não era possível ver a olho nu tal infiltração e nem tampouco através de sondagem. Nestes casos a radiografia é soberana para o diagnóstico. Este elemento dental (um Pré-molar inferior esquerdo) deve passar por novo procedimento de restauração




Por meio destas radiografias é que acabamos “descobrindo” cárie em locais que passaram “batidos” por exames clínicos feitos anteriormente na história pregressa do paciente. Estas lesões podem, muitas vezes, ser extremamente profundas (como já explicado na nossa postagem anterior). Tais cavidades profundas podem ser assintomáticas (o paciente não tem sensibilidade e\ou dor) e também estar “escondidas”, não sendo detectadas ao exame clínico.



Radiografia Interpoximal do lado direito do paciente para a região de Pré-molares (PM) e que também vemos os Molares (M). Neste caso, o 1º Pré-molar (1PM) superior apresenta extensa infiltração de cárie (I) sob a restauração (R), que praticamente se comunicava com a polpa (seta). Apesar de se tratar de restauração bastante insatisfatória, o paciente não apresentava qualquer sensibilidade e também não era visível clinicamente tal infiltração. Aqui está indicada a terapia endodôntica (tratamento de canal) previamente à nova restauração.





Logicamente, toda cárie detectada deve ser removida, caso contrário continuará sua evolução, causando futuramente dor e inchaço, além de perda de estrutura dental e até o comprometimento do elemento dental como um todo, com possível perda do dente. Esta remoção de cárie muitas vezes acabará atingindo a polpa (camada interna, vital e sensível dos dentes). E esta exposição, quando de maiores proporções, causará os sintomas referidos anteriormente. Por isso o Cirurgão-dentista opta por realizar a terapia endodôntica do elemento afetado previamente, para que possa realizar os procedimentos estéticos/restauradores adequadamente, sem maiores transtornos ao paciente. Nestes casos, apesar do paciente não apresentar qualquer tipo de dor ou sintoma, a endodontia estará indicada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Restaurações profundas x Tratamento de canal

- Doutor, fiz uma restauração recentemente e meu dente está sensível. É normal?

Considerando que o tratamento restaurador foi bem executado e sem falhas, inicialmente devemos verificar o quão profunda é a restauração. Entenda-se profundidade de restauração a proximidade desta com a polpa (tecido vivo no interior do dente - vulgarmente chamado de nervo). Não se trata de um medida exata, já que cada dente e cada paciente apresentam situações diferentes e conformações anatômicas diferentes. Nas fotografias que seguem, exemplificamos duas condições distintas:


Situação 1 - Corte longitudinal de um dente molar onde identificam-se as três estruturas básicas que compõem o elemento dental: Esmalte (externo), Dentina (intermediário) e a Polpa (interno). Podemos verificar que neste caso a polpa (vermelho claro na seta) reagiu (retração) à restauração (R) e ao forramento (F), ambos profundos, mas manteve sua vitalidade. Nestes casos, é comum uma sensibilidade inicial (frio e doces em especial), mas que deverá desaparecer em pouco tempo.



Situação 2 - Corte longitudinal de um dente molar onde identificam-se as três estruturas básicas que compõem o elemento dental: Esmalte (externo), Dentina (intermediário) e a Polpa (interno). Podemos verificar que neste caso a polpa (escuro na seta) reagiu mal à restauração (R) e ao forramento (F), ambos profundos, perdendo sua vitalidade (necrose). Nestes casos, é comum uma sensibilidade inicial (frio e doces em especial), manutenção desta sensibilidade por mais tempo e consequente abscesso a médio e longo prazo.


Em ambos os casos, evidentemente não podemos fazer estes cortes longitudinais nos dentes para podermos avaliar em que situação o caso se apresenta. O endodontista faz radiografias e testes de vitalidade/sensibilidade de modo a ter um diagnóstico e poder determinar se é ou não necessário o tratamento de canal do dente afetado. Muitas vezes, a sensibilidade pós-restauração é considerada normal quando a dor é somente provocada (não espontânea), leve e passageira. Em casos contrários, muitas vezes se torna necessária a intervenção do endodontista. É importante saber que, na maioria das vezes, tal sensibilidade não é responsabilidade do Cirurgião-dentista que executou a restauração. Também independe do tipo de material restaurador utilizado (amálgama, resina composta, compômeros, cerômeros etc). Mas é comum o paciente "ir levando" e convivendo com esta sensibilidade... Sempre alerto meus pacientes para que os mesmos façam visitas periódicas de controle e proservação destes casos, de modo a evitar "surpresas desagradáveis" como dor violenta, desconforto e inchaço em muitas situações em que não há dentista por perto ou disponível!

sábado, 22 de agosto de 2009

Desmistificando a Endodontia

É muito comum receber em meu consultório pacientes ansiosos, temerosos e tensos. Evidentemente que quadros de dor e de desconforto dentais são por si só suficientes para alterar o humor e comportamentos de qualquer um. Ainda existem aqueles pacientes que já tem alguma experiência ruim em terapias endodônticas anteriores e outros apenas nervosos com informações "terroristas" de amigos e parentes. Costumo, no intuito de tranquilizá-los, dizer que a Odontologia evoluiu e muito nestes últimos anos. A Endodontia como epecialidade também. Logicamente que toda essa evolução passou e passa pelo aperfeiçoamento de materiais e técnicas. Mas, no meu modo de pensar, a principal evolução está no aperfeiçoamento humano do profissional, na sua conduta tranquila, serena e honesta diante do paciente. De nada adianta dominarmos equipamentos e técnicas se não respeitamos o paciente e se não conseguimos entender, compreender e tolerar suas dificuldades, seu deconforto e suas limitações impostas pelo quadro citado anteriormente. Por meio desta visão é que, na grande maioria dos tratamentos, passamos esta confiança aos pacientes e aí sim, tecnicamente conseguimos resolver os casos que nos são apresentados.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Olá! Seja muito bem-vindo!!!

O objetivo desse blog é permitir uma interação da Equipe Odontovip com seus pacientes. Através dele, você poderá conhecer o que há de novo na Odontologia, por meio de notícias, artigos e trabalhos realizados por nossa equipe.