sábado, 12 de setembro de 2009

Não tem preço

Existem momentos especiais que jamais se repetirão... Tive, neste feriadão passado, a felicidade de poder participar de uma etapa importante na vida da minha filha mais velha de seis anos. Pude voltar alguns (muitos) anos atrás e reviver a experiência da queda do primeiro dentinho de leite. Sim, minha primeira “janelinha” surgiu por volta dos meus cinco anos. Precoce como foram muitas etapas posteriores da minha vida. Como um sonho, meu dentinho caiu, com o perdão do trocadilho, comendo um sonho! E neste sete de setembro que passou, ao contrário da facilidade com que foi a minha “extração”, tive que levar minha filhota ao consultório para retirar seu primeiro dente de leite. Houve um misto de medo e ansiedade por parte dela. Medo natural ao desconhecido, já que ela nunca fez nada mais que apenas profilaxias e aplicações de flúor. Ansiedade, porque todos da turminha do colégio já estavam banguelinhas. E ela não queria ficar pra trás! E, pasmem, houve por minha parte um misto de nervosismo e angústia! Após doze anos de formado vivi uma experiência ímpar. Optei por fazer no consultório apenas para maior conforto dela já que o dente estava pedindo para cair, mas, que ainda preso, atrapalhava nas refeições. Apenas aplicamos uma pomada anestésica e removemos o dente com gaze. Apesar da simplicidade do procedimento, passei por momentos de provação. Um aperto no peito... Queria fazer tudo da melhor maneira possível e sem que ela sentisse nada. Até porque teremos mais 19 dentes decíduos a serem trocados pela frente! Mas no final deu tudo certo e ela se achou “linda” ao ver-se no espelho. E felicidade de criança não tem preço! E a cara de tolo do pai também não! Apesar da camisa encharcada de suor...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tratamento de Canal só quando existe dor e sensibilidade?

Hoje vamos falar sobre a necessidade do tratamento de canal em dentes assintomáticos.
Existem situações corriqueiras na minha especialidade que são aquelas em que o paciente já chega com uma grande lesão de cárie , dor, desconforto e o próprio paciente “faz o diagnóstico” e aponta: " - Doutor, preciso fazer tratamento de canal neste dente!" Logicamente que nossa conduta é fazer o exame clínico apropriado e radiografias para podermos ter o diagnóstico correto, planejamento e instituição do tratamento indicado ao caso. Diante desta constatação, muitos pacientes tem a ideia de que tratamento de canal só deve ser feito na presença de dor e\ou desconforto e sensibilidade. Tenho recebido comentários do tipo: “ – Vou ao meu dentista há anos e nunca foi feita uma radiografia!!!” . Posso afirmar que radiografias não são elementos isolados para diagnóstico das patologias (doenças) dentárias e bucais. Mas são sim, associadas ao exame clínico, ferramentas muito úteis para o correto diagnóstico. Através delas, descobrimos por exemplo, lesões de cárie e infiltrações entre os dentes que muitas vezes não podem ser detectadas a olho nu durante o exame clínico. Por este motivo, é praxe da equipe Odontovip solicitar estes exames complementares.

Radiografia Interproximal ou Bite-wing (mais indicada para ver cáries e infiltrações entre os dentes). Nesta imagem percebe-se infiltração de cárie (seta) sob a restauração (R), relativamente distante da polpa (P) e totalmente assintomática. Clinicamente não era possível ver a olho nu tal infiltração e nem tampouco através de sondagem. Nestes casos a radiografia é soberana para o diagnóstico. Este elemento dental (um Pré-molar inferior esquerdo) deve passar por novo procedimento de restauração




Por meio destas radiografias é que acabamos “descobrindo” cárie em locais que passaram “batidos” por exames clínicos feitos anteriormente na história pregressa do paciente. Estas lesões podem, muitas vezes, ser extremamente profundas (como já explicado na nossa postagem anterior). Tais cavidades profundas podem ser assintomáticas (o paciente não tem sensibilidade e\ou dor) e também estar “escondidas”, não sendo detectadas ao exame clínico.



Radiografia Interpoximal do lado direito do paciente para a região de Pré-molares (PM) e que também vemos os Molares (M). Neste caso, o 1º Pré-molar (1PM) superior apresenta extensa infiltração de cárie (I) sob a restauração (R), que praticamente se comunicava com a polpa (seta). Apesar de se tratar de restauração bastante insatisfatória, o paciente não apresentava qualquer sensibilidade e também não era visível clinicamente tal infiltração. Aqui está indicada a terapia endodôntica (tratamento de canal) previamente à nova restauração.





Logicamente, toda cárie detectada deve ser removida, caso contrário continuará sua evolução, causando futuramente dor e inchaço, além de perda de estrutura dental e até o comprometimento do elemento dental como um todo, com possível perda do dente. Esta remoção de cárie muitas vezes acabará atingindo a polpa (camada interna, vital e sensível dos dentes). E esta exposição, quando de maiores proporções, causará os sintomas referidos anteriormente. Por isso o Cirurgão-dentista opta por realizar a terapia endodôntica do elemento afetado previamente, para que possa realizar os procedimentos estéticos/restauradores adequadamente, sem maiores transtornos ao paciente. Nestes casos, apesar do paciente não apresentar qualquer tipo de dor ou sintoma, a endodontia estará indicada.