segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cicatrização em Endodontia

Como já visto neste blog, podemos dividir os tratamentos de canal de uma forma bastante genérica em dois tipos: 1) Em dentes com a polpa viva (tecido interno vital – nervo existente- inflamação) e 2) Em dentes com a polpa morta ( necrose – abscesso – pus - infecção). Toda vez que fazemos um procedimento em Odontologia que envolve desgaste, corte e manipulação de tecido vivo, chamamos este procedimento de procedimento cirúrgico. Por isso somos denominados de Cirurgiões-Dentistas. Uma “simples” restauração é considerada uma cirurgia no dente. Deste modo, a Endodontia também se inclui nos atos cirúrgicos. Dito isto, nosso organismo sempre reage frente a qualquer tratamento que nele é feito, com vistas a reparar os tecidos e áreas que foram afetadas. Isto chama-se cicatrização. Basicamente, dentro das duas divisões (tipos) de tratamento de canal que nos referimos, também existem basicamente dois tipos de cicatrização esperadas. Nos casos de polpa viva, espera-se uma cicatrização na região da ponta da raiz que sofreu a ação efetiva durante os procedimentos endodônticos, mas que, sem a presença de bactérias, se manifesta apenas nos tecidos moles (ligamentos periodontais) que firmam o dente no osso. Nestes casos, é comum uma sensibilidade ao toque no dente tratado, já que este “toque” faz com que a raiz pressione esta área. Esta cicatrização se dá de uma forma mais rápida, geralmente não ultrapassando 30 dias de pós-operatório. Já nos casos de polpa morta e infecção, geralmente existe manifestação e ação bacteriana no osso alveolar (que aloja a raiz do dente), causando destruição e perda deste osso na região apical (ponta da raiz). Com isso, através da descontaminação intra-radicular que é realizada, o tecido ósseo afetado pode realizar sua cicatrização, que é bem mais lenta do que os tecidos moles do caso anterior, dando-se efetivamente por eliminação de bactérias, posterior deposição de uma base de fibras (colágeno) e recalcificação (deposição de Cálcio). Por isso que, nestes casos, o controle radiográfico para acompanhar esta cicatrização é longo, de 06 meses até 03 anos, dependendo do tamanho da área afetada. De todo modo, minha rotina é proservar/acompanhar todos os casos por pelo menos 02 anos.